quarta-feira, 6 de maio de 2009

Objeto interativo final!


Depois de passar um tempo reformulando o objeto da pré-entrega, o objeto interativo finalmente ficou pronto. A ideia básica foi realizar um theremin fotossensível e dispositivos luminosos que acionassem-no, no caso, os cilindros. O circuito do theremin foi coberto já que optei por construir uma base tridimensional de E.V.A. azul. O acabamento da "base", do theremin, ficou por conta, também, de tecidos de formas e cores diferentes que contribuem, na medida que são levantados, dependendo da iluminação ambiente, para a produção de diferentes sons. É possível brincar com a forma desses tecidos, gerando novas configurações visuais a cada vez que são mexidos. A interação do objeto também acontece com a ambiência: a partir da iluminação local, a frequência sonora varia. Por isso escolhi uma forma mais "aerodinâmica", mais adequada para que as pessoas pegassem-no e começassem a sair por aí, experimentando iluminações diversas. A forma foi baseada nas curvas da Casa do Baile e na Igreja da Pampulha em um inocente passeio. Para montar o circuito, uma placa de cobre com vários componentes, além dos transistores necessários para captar a luz, foram utilizados. A variação sonora é garantida pela variação da voltagem nos transistores, dependendo da quantidade de luz. Necessitei da ajuda de uma pessoa de maior conhecimento e prática para conseguir soldar os fios e colocar os elementos na disposição necessária. Usei um blackout para impedir que a luz infiltrasse quando não desejada.

Fiz 3 cilindros luminosos para que mais pessoas, ao mesmo tempo, pudessem usufruir o objeto. Para garantir a aparência de um conjunto theremin/cilindros, cobri os parte dos últimos também com E.V.A. Eles são acionados por um simples aperto na parte azul. O circuito é bem simples: composto por apenas duas pilhas e pequenas lâmpadas ( duas de 2,4 V e uma de 3,6 V), o fio proveniente de um pólo da bateria passa por um pequeno furo no cilindro. Ao apertarmos o E.V.A., estamos estabelecendo contato entre esse fio e uma superfície de alumínio. Sem ser apertado, o circuito fica aberto, já que há um plástico maleável e resistente, cheio de furinhos, impedindo que alumínio e fio fiquem diretamente encostados um no outro. São esses furinhos que permitem o contato já mencionado. Enquanto isso, o outro fio da bateria envolve a lâmpada.
Para facilitar a compreensão, um vídeo:

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Resenha do texto de Vilém Flusser - ''Desing: obstáculo para a remoção de obstáculo?''

O texto de Flusser baseia-se no dilema dos objetos de uso que, para o homem, são tão importantes quanto opressores: ao mesmo tempo que são necessários para que haja o progresso, estão sempre no caminho humano, impondo limites como obstáculos que são. Assim, uma proposta de criação de objetos de uso mais responsáveis e intersubjetivos é feita. O homem deve configurar projetos que minimizem a objetividade, a obstrução, ao passo que aumentem as possibilidades de mediação entre si e outros homens.
Considero o texto muito coerente com o nosso aprendizado na Escola de Arquitetura até agora. Estabelecendo um paralelo com Herman Hertzberger, vários objetos cotidianos apresentam-se muito restritos na funcionalidade, enquanto necessitam oferecer novas liberdades usuais. Dessa forma, a comunicação entre criador/usuário não se expande, contribuindo para a objetividade que nos cerca e também para uma rápida perda da forma de tais objetos. Aqui entra a efemeridade das formas: quanto mais se produz objetos de uso irresponsáveis, centrados em um uso individualizado, mais rapidamente são extintos, já que a obstrução para que se alcance o progresso torna-se insuportável. É senso comum dizer que o homem só toma medidas efetivas quando algo atinge-o negativamente, ainda que isso não seja uma verdade inegável. Nesse caso, é a obstrução que vai levá-lo a pensar de modo mais livre na elaboração de um novo design. Apesar, contudo, da necessidade de invenção de objetos com maiores liberdades, é impossível imaginarmos um mundo composto apenas por eles, sem determinarmos restrições usuais ainda que pequenas. A obra “Bichos”, de Lygia Clark, por exemplo, oferece possibilidades a quem manuseia suas placas metálicas ao passo que as articulações presentes impõem certos limites deste manuseio.
Esse texto também faz uma ponte com o "Animação cultural", do mesmo autor. Neste, a mesa redonda apresenta-se como a presidente para a organização de uma revolução caracterizada pelo domínio dos objetos sobre a humanidade. Ao projetar, muitas vezes, o homem também se torna "refém" do objeto: de acordo com Flusser, em ''Design: obstáculo para a remoção de obstáculo?", os objetos resistem a projetos de muita utilidade e acabam controlando o processo de sua própria criação. Isso não deveria ocorrer, a imaginação humana que deveria ser capaz de controlar todas as etapas de desenvolvimento dos mesmos.
Vale ressaltar também o ponto dos objetos de uso imateriais. É indiscutível a gama de possibilidades oferecidas pela internet, por exemplo. O acervo informacional disponível garante uma liberdade aparentemente infinita. No entanto, ela garante uma perda incessante da cultura material: muitos projetos são descartados já que, "concorrendo" com essa imensa rede, são deformados; perdem sua forma original. E isso me incita a crer na existência de um embate entre cultura material e imaterial.

domingo, 26 de abril de 2009

Objeto interativo: pré-entrega

Seguem abaixo algumas fotos do meu pré objeto interativo:

O acabamento ainda não foi finalizado; falta cobrir o theremin fotossensível com panos diversos para fazer um jogo com o som incessante na presença da luz. O acabamento do cilindro também não está pronto, além da ideia inicial ter sido três.

Inhotim

Dia 8 de março visitaremos o Insituto Inhotim, onde arte e botânica convivem muito bem. Já estive lá em 2007, mas, procurando no site, parece-me que as obras por mim vistas já foram substituídas. Vai ser interessante explorar o que há de novo agora. Mas, com certeza, a beleza inexplicável permanece.

Fotos de algumas galerias:


Galeria Doris Salcedo


Galeria Adriana Varejão


Galeria True Rouge


''Com um acervo de, aproximadamente, 500 obras de mais de 100 artistas, a coleção de Inhotim vem sendo formada desde meados de 1980, com foco na arte produzida internacionalmente nos anos 1960 até os nossos dias. Pintura, escultura, desenho, fotografia, vídeo e instalações de renomados artistas brasileiros e internacionais são exibidos em galerias espalhadas pelo parque botânico.''

Para falar a verdade, eu nunca compreendi muito bem a essência da arte contemporânea e o que ela realmente é. No entanto, algumas obras chamaram mais a minha atenção devido ao fato de eu ter feito alguma associações que podem ser um tanto infundáveis.
Sem título (casa da canoa, #13) - Luisa Lambri

Eu me lembro vagamente desse lugar. Essas curvas levam-me a pensar na casa do baile na hora e, consequentemente, de certa forma, no meu objeto interativo.





Cosmococa 5 Hendrix War - Hélio Oiticica e Neville D’Almeida

Essas redes de balanço definitivamente não estão aqui para você relaxar ou dormir, ainda mais ao som de Jimmy Hendrix. Essa obra envolve projeção de slides e parece estar mais para uma instalação. Fiquei curiosa para saber o tema das projeções, o nome não me jaudou muito.

EDIT: Vasculhando um pouco mais, vi que o tema é a cocaína. Ainda assim o nome nunca me incitaria a fazer essa associação.


Gigante dobrada - Amilcar de Castro

Essa foi a única obra que consegui encontrar das que eu me lembro de 2007. E, coincidentemente, o autor é Amilcar de Castro, quem, ao lado de Lygia Clark e Ferreira Gullar - dentre outros - lançou o Manifesto Neoconcreto, em 1959. Ao chegar de frente para obra, lembro-me de ter visualizado um pássaro com as asas abertas.

Através - Cildo Meireles

Na descrição da obra, temos: ''Trata-se de uma coleção de materiais e objetos utilizados comumente para criar barreiras, com os mais diferentes tipos de usos e cargas psicológicas: de uma cortina de chuveiro a uma grade de prisão, passando por materiais de origem doméstica, industrial, institucional.'' Instantaneamente me lembrei do texto ''Design: obstáculo para a remoção de obstáculo''. Ainda que essas barreiras, na obra, sejam físicas, elas estão, no nosso cotidiano, condicionadas aos objetos de uso bem determinado (inclusive classificados de acordo com suas origens).

Glove Trotter - Cildo Meireles

Pode ser que seja algo completamente diferente disto, mas, para mim, essa obra só pode ser uma representação da lua. Imaginei-me caminhando pela obra e fiquei curiosa para sentir o pisar, a textura do material usado para fazer o ''chão''. Será possível chegar a algo que realmente remeta à leveza da pequena gravidade lunar? Espero ter chance de descobrir.

O colecionador, Adriana Varejão

Pela foto, eu definivamente não consegui entender a associação obra/nome. Mas também não garanto entendê-la mesmo de frente para a tela. Pois é, isso é uma tela pintada a óleo. Foi mais isso mesmo que chamou minha atenção; eu nunca diria que isso fosse algo que não um mosaico. E a perspectiva é muito boa, invejei muito autor já que meus desenhos têm sempre um quê de distorcido nessa parte.

Fonte: inhotim.org.br

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Para ter alguma ideia sobre o objeto interativo, estava dando uma olhadinha em algumas coisas e acabei chegando a isto:



Sério, como assim?
Precisei colocar isso aqui, estou em estado de choque

domingo, 5 de abril de 2009

Castelo mágico

Inicialmente, eu tinha à minha disposição um pequeno ventilador luminoso, dois artigos de festas de quinze anos e um cartão que tocava músicas natalinas ao abri-lo. Tentei, então, conjugar todos os mecanismos existentes e o resultado foi esse pequeno castelo, construído a partir de papel ofício, papel cartão, tinta, massa de modelar e rolo de papel higiênico. Fiz um castelo para remeter à ideia de tesouro que, por sua vez, remete à uma caça ao tesouro: a pessoa que o manuseia precisa explorá-lo para conseguir atingir todos os pontos de interação possíveis.
Na tentativa de aplicar Hertzberger à criação, procurei desenvolver algo com múltiplas funções. O castelo pode ser utilizado como um simples objeto de decoração, como um brinquedo ou, ainda, como um porta-lápis.

Objeto Oi Futuro

Recebemos a proposta, na aula de Informática, da construção de um objeto que nos fizesse lembrar do Museu Oi Futuro.
Durante boa parte do tempo de visitação, fiquei dentro da sala “Profetas do futuro”, assistindo aos diversos vídeos de figuras internacionalmente conhecidas e importantes. Neles, essas pessoas expunham seus pensamentos através de célebres frases de autoria própria ou depoimentos.
Paralelamente, é impossível você entrar no museu e não perceber a quantidade de informações à sua espera, todas relacionadas à tecnologia. Internet, celulares, telefones e os próprios vídeos de apresentação ilustram isso. Dessa forma, em uma palavra, tentei resumir toda essa vasta gama de acessos: rede.
A partir do SketchUp, tentei explicitar a oposição existente entre a ideia humana e a rede tecnológica já que, no museu, isso ficou bem claro para mim. A base do objeto, essa forma parecida com uma esfera, é preenchida de modo altamente disforme e sem padrão, simbolizando a rede. E a forma próxima à de uma esfera vem para reforçar a aparência infinita dessa rede; não se sabe onde ela começa ou termina. Tentei, na parte de cima do objeto, remeter à projeção da sala já mencionada. Einstein, Oscar Niemeyer, Andy Warhol, Platão, Nostradamus e Goethe – todos homens que, com suas próprias ideias, conseguiram deixar marcas notáveis. A aparentemente frágil linha que liga essas duas partes consegue equilibrar, bem no centro de gravidade, a parte humana. No entanto, estabelecendo uma ponte com Einstein, tudo é relativo: um leve toque é capaz de desestabilizar a estrutura. Minha leitura, conforme já dito, é baseada no contraste homem-tecnologia: Hoje, tudo está tão impregnado de tecnologia que a dependência humana em relação à mesma é inegável. Ao mesmo tempo, foram ideias as responsáveis pela construção do nosso mundo, inclusive da rede, apontando a superioridade humana. A projeção, portanto, é sim equilibrada, mas está no alto.